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sábado, 31 de dezembro de 2011

Só por que acabou o chorare e amadureci minha arrogância ?

Ela está menos destrutiva, mais sensível, se esconde dentro de gavetas
que por vezes quando se abre dá susto e a fecha com força, fazendo baques
que por vezes me causa mais receio que a própria.

Tá claro ?

Segurança é um negócio interessante, nunca a dominamos, só aprendemos a lidar
com qualquer coisa com antecedência, mas Sartre tá certo mesmo, esse negócio de
tentar planejar sua reação não existe.

Então é assim, quanto vale a companhia de alguém que não te acompanha ? É costume o mal do século, estagnação, comodidade é uma maravilha, mas chega lá na frente e fode qualquer um, mas o sistema de defesa é mais oportuno ainda,
não me importo,
não me importo,
não me importo.

E quanto vale desenvolver resistência ?
Cada um sabe o seu preço.

E isso aqui serve para alguma coisa sim. A simulação de um  julgamento crítico é maior nessa janela. Mas agora há conclusões.

Que eu sou como posso.



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Muitos pontos finais são várias reticências.
Dê um sorrisinho de desgosto.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Muito provavelmente se o meio que a pessoa usa para apresentar sua ideia for repleto de pensamentos confusos, não há muito que se discutir, aquela pessoa simplesmente tem problemas em identificar o que é importante na sua vida. Vamos lá, quais são os problemas que você se depara no qual você não pode simplesmente parar, avaliar possibilidades e tomar a decisão mais cabível considerando todas as variáveis? E não me venha realmente falar de possível arrependimento, eles sempre existem quando há expectativas.


Mas esse não é o rumo que eu pretendo que esse texto tome. A idéia que eu quero passar é:

Há inúmeras coisas mais importantes que o seu problema.

Só na Etiópia há mais de oito milhões de seres
humanos estão no limiar da fome. Como dormimos ?

“Existem momentos na vida onde a questão
de saber se pode pensar diferentemente
do que se pensa, e perceber diferentemente
do que se vê, é indispensável para continuar
a olhar ou a refletir.
É simples perceber que o mundo e você são apenas um só, e que ele está aos pedaços devido a grupos egocêntricos, egoístas, dominadores, irracionais, e também devido a nós, que nos permitimos manter imparciais, nulos e vazios. E evitamos com todas as forças olharmos para dentro de si pois temos vergonha. Permanecemos mornos, somos aqueles que têm o privilégio de compreender em parte o que acontece, mas pior do que àqueles idiotizados, fingimos que está tudo bem, para não sermos chamados de loucos, pois somos mimados e frágeis.

"Devemos ter orgulho dos loucos, pois são os que sentem a situação como mais se aproxima da realidade tão deturpada, são os que traçam o caminho que será percorrido futuramente pelos sábios."


Aprendamos, vivemos apenas de ar, água e alimento, não precisamos conquistar valores que foram forjados apenas para nos esquecermos da essência de tudo, apenas para pessoas superficiais que acharam a felicidade naquilo que convém ao seu ego.


Há uma verdade em que eu acredito e que já deve haver vários nomes para ela, que nós, e toda a nossa sabedoria, virtudes, e vida estão conectados, e basta você deixar esse vínculo transparecer e fortalecer em você para ocupar aquele vazio antes preenchido ilusoriamente. A existência começa a tomar formas consistentes.

Não quero educar ninguém a entender que o sentido de sua existência está em permitir-se tornar único e como conseqüência importar-se com os próximos, nem eu tenho muita fé nisto e posto nestas palavras me parece tender a valores não significativos, mas que a sua aceitação estará muito mais próxima do concreto que de qualquer outro modo.

Então, como este veículo que tenho tanto usado sem função definida (por respeito aos leitores) não me é mais útil, e talvez nunca me fosse, deixo-o com considerável parcela de minha vaidade.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Amarra tua fumaça no meu peito

Luz bate no rosto e cora a face
arde o couro, do jeito que teus olhos me julga.
E como pode você não perceber, mesmo tão de perto, que
teus membros não diferem dos meus.

Sangue flui nesses rios que se entrelaçam e jorram
sabor amargo e quente, que torna a colorir
o meu céu e esvair no chão
junto aos meus dentes
estrelas nesse mar de pedras

Mas o sopro do teu bafo me vicia, e tu sabe
que há resistência desse corpo.
A alma pura e suja de sabão não esconde
meu peito branco por dentro.
Que espuma como onda que bate.

E volta a tingir minha roupa de cinza e encarnar
sementes tuas na minha garganta.
O cheiro nem incomoda, tem até seu charme
no nosso ritual impróprio.

E vocês nem sabem que o Deus que tanto
vocês incomodam se esconde dentro de mim.

Sinas e pecados fadados a buscar incessantimente
liberdade, mas que são presos por cabrestos no bagos.
Mas o mundo pode fazer seus rodopios,
que o caminho já tá traçado.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011




Recomeçando três dias depois.


Escrever numa biblioteca normalmente me faz perder as estribeiras, independente que caminho tome no final eu mesmo me assusto e rebolo o troço em algum canto. Mas eu duvido muito que aconteça isto hoje, percebo que não posso generalizar as bilbiotecas, só a pública faz isso mesmo, e todo o ambiente e acontecimentos já ocorridos nas redondezas me faz dar uma pirada bem rasante (ou não)

Me lembro da cara do Ewerton quando me achou na praça verde duas semanas depois que tínhamos terminado. Eu lá, fumando, com três livros na mão, um litro de vinho na outra, e o violão, só me fazendo companhia. Perguntei pra ele porque diabos ele não me contou que melancolia era tão interessante.

Nos encontramos quando estamos sós, e é impossível você não se contentar com o que você acha, por isso nem jogue seu ego lá na puta que pariu (pra cima) quando isso acontecer (pois você ta longe de ser o único).

Pé. Faz três dias que sonho com pés. Pés da cor de leite. Doces, macios, e mordo, e mordo. E tinha cheiro de hidratante, mas qual? Sei lá, me some... Erva doce? Camomila ?

É por isso, que mantenho o tema. No sonho, no sonho que nos conhecemos, que deixamos de ser covardes, é onde encontro o que realmente escondo, escondo por proteção própria, mas tudo que me faz agora é trazer prazer, e saudades. É gostoso, só não mais porque não sentimos dor.

Guará tem que ser legendária, e vou me esforçar pra que seja.




Sem subjetividades ou metáforas.

No fundo eu sou um covarde, me escondo da realidade fantasiando possibilidades tão improváveis de acontecer, e ainda por cima me alegro com o que faço, com justificativas tão incabíveis quanto um poço sem fundo. 

Aliás, não me engano em dizer que no sonho sou muito mais racional, digo, mais livre.

É normal criarmos barreiras ao longo de nossas vidas ? Buscar incessantimente mais correntes até não haver mais corpo a se amarrar ?

Não importa se nasci ou não, mas se senti.

Mas tudo parece desculpa, agora. Talvez só agora. Mas quem, pergunto quem diabos entende um pouco do mundo e não tenta fugir as vezes para dentro de si ?
É bom as vezes se perder sem ter razão.



quinta-feira, 21 de julho de 2011

Clichês para vocês


Um dia escutei algo, que considerei uma bobagem sem tamanho: “Enquanto nos tornamos adultos, vamos nos tornando igualmente idiotas”. Mas em muitos aspectos isso é realmente verdade. Crescendo, entramos em diversos conflitos, que diferem em diversos pontos de vista,  escolhemos alguns, e, mesmo que evitemos a imparcialidade, a idéia já nos toma para si.

A visão não entra mais de fora pra dentro.

“O universo se torna pequeno se comparado a grandeza da imaginação”

E mesmo assim podemos dizer que o tudo é fruto de nós mesmos, mas nós somos frutos de poucas, ou muitas coisas que nos acontecem. Vamos privilegiar o nosso ego pensando que realmente que tudo nasce de dentro ?

“The Earth Is Not a Could Place”

Sabedoria. A felicidade não é dos tolos, mas dos que entendem a si próprio, pois somos isso, e aquilo. Se sou frio, meu mundo é frio. Se permito ater meus sentidos, limito-me. E no caminho do auto-conhecimento há escolhas que podem nos fazer sacrificar muito de nós mesmos.

A felicidade. Há quem diga ser utópica. Ela não depende de nada, nem de ninguém. É um estado que adquirimos, que digo que poderia ser até por métodos discriminados, apesar de não acreditar muito nisto.

Podemos sim ser felizes mesmo passando por situações que deveriam nos abalar. Mas como uma tempestade num oceano, abala-se apenas a superfície, enquanto a profundeza permanece serena, calma, intacta.

Comodismo é o princípio da mediocridade.
Não importa qual caminho tome, desde que sinta satisfeito consigo mesmo.

Todos precisamos de asas, que nos ascenda para o que está além de nosso alcance.
Você já  encontrou a sua ?




sexta-feira, 15 de julho de 2011

sábado, 18 de junho de 2011

domingo, 12 de junho de 2011




Sonho em entrar nesse navio. Já pensou fazer uma show nele ?

quarta-feira, 18 de maio de 2011



No vácuo de mim eu me despenco. Porque seria preciso também abdicar de mim mesmo para novamente reconstruir-me. Tornar a escolher os gestos, as palavras, em cada momento decidir qual dos meus eus assumir. Já esfacelei meu ser, já escolhi as porções que me são conveninentes esquecendo deliberado as outras. E são elas - serão elas? - que agora se movimentam revoltadas, pedindo passagem em gritos mudos, na ânsia de transcender limites, violentar fronteiras, arrebentando para a manhã de sol. O tremular da chama é um aceno, convite para chegar à verdade última e íntima de cada coisa.
Não quero. Não posso restar nu, despojado de mim mesmo. Não posso recomeçar porque tudo soaria falso e inútil. As minhas verdades me bastam, mesmo sendo mentiras. Não é mais tempo de reconstruir.
Em luta, meus ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Porque pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja a existência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver.
Sôfrego, torno a anexar a mim esse monólogo rebelde, essa aceitação ingênua de quem não sabe que vivier é, constantemente, construir, não derrubar. De que não sabe que esse prolongado construir implica em erros, e saber vivier implica em não valorizar esses erros, ou suavizá-los, distorcê-los ou mesmo eliminá-los para que o restante da construção não seja abalado. Basta uma pausa, um pensamento mais prolongado para que tudo caia por terra. Recomeçar é doloroso. Faz-se necessário investigar novas verdades, adequar novos valores e conceitos. Não cabe reconstruir duas vezes a mesma vida numa única existência. Por isso me esquivo, deslizo por entre as chamas do pequeno fogo, porque elas queimam. E queimar também destrói..."

Caio Fernando Abreu
 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

"O desejo é um tempo parado
É quando se trocam as datas dos bichos e das flores
É quando aumenta a rachadura da velha parede
É quando se vira a folha, a folha da história
É quando se pinta um fio branco na cabeleira preta
É quando se endurece o rastro de sorriso
No canto dos olhos
Eu sei que a viagem é longa
A voz vai e vem
Você ta aí?
Você ta aí?
Ei, voce est aí?
Vontade de abraçar o infinito" Otto.

sexta-feira, 8 de abril de 2011



Há momentos que o real se torna uma confusão, um desnorteamento sem céu, seguidos de acontecimentos postos em desordem. E isso tudo existe, ali, aparentimente no seu correto lugar, e visto por todos os desatenciosos como algo comum. Enquanto resta a mim, não exclusivamente, isto. Fruto irrestrito de nós mesmos tudo em nossa volta.

E criamos por necessidade, de forma simplista: Carentes de viver, incompletos. Mas somos assim, até o momento que desfalecemos de nossas mentiras. Um baque forte e temos de reaprender a respirar, como se estivéssemos nascendo de algum sonho, mas só pensamos em voltar para ele, que já a essa hora, inexistente, inacreditável.

As consequências... vontade de tornar-se espectro e visualizar, em terceira pessoa, ou deixar-me ir, embalado num sono inseguro.

Mas é tudo concreto e novo, sentir o áspero com o odor, medo.

O segredo é inspirar sempre um pouco mais.


Vou correr hoje. (na verdade agora que digito, já voltei)

O oxigênio faz seu trabalho.

terça-feira, 5 de abril de 2011





Isso ae foi na última noite do fds, mas a gente visitou os maiores points do zé walt (se resumindo aos bares de esquina) na sexta, sábado e domingo para festejar o niver do Ewerton. Lógico que não podia faltar a cerveja, a cana e o violão.

No vídeo Ewerton cantando uma do odair josé e outra do belchior.

E bandinha "nova" pra vcs.
Um rock inglês abaianado, ou bahiano ingleisado.

domingo, 13 de março de 2011







Minha turma de dança só tem damas velhas e que já sabem dançar, mas ok.
Erguendo uma crise existencial e rindo de conversa religiosa de minhas tias.






“But I don’t want to go among mad people,” Alice remarked.
“Oh, you can’t help that,” said the cat: “We’re all mad here. I’m mad. You’re mad.”
“How do you know I’m mad?” said Alice.
“You must be,” said the cat, “Or you wouldn’t have come here.”
evolua mesmo se você desmoronar por dentro

sexta-feira, 4 de março de 2011

O toque...

Mais importante que o ato de tocar
É aquele único instante que você não consegue classificá-lo
Quando os membros partem para cortejar uma despedida formal
As mãos se tocam, os dedos se entrelaçam
E se cumprimentando, um a um se vai, naturalmente...
Como numa harmonia planejada, eles se largam
1, 2, 3, 4...
Resistência ?
Por quê ?
Treme...
O mais frágil dos laços se ergue
Implorando para reunir os corpos
Descobrindo, instigando algo.
E pulsa.
pulsa.
pulsa.
Um olhar, uma indiferença, um tudo, um nada.
Se largam, como obrigação.
Mas deixam a solidão de um lado.
Confusão.
Existência.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Garganta

Post para upar Laços na versão abrasileirada bem mixuruca dum rapaz que não fala "r" direito que ainda por cima está com a garganta fudida de inflamada e que para o azar dos ouvintes, ele gosta de desafinar, sério. (só gravei pq se não gravasse hoje não ia mais)





Hoje finalmente consegui pegar o livro do Sears de Física para estudar a matéria do Ventura, e o modo como o consegui delatou a incompetência e desorganização do cefet naquele sistema da biblioteca. O sistema de pesquisa não estava funcionando, então pedi para o rapaz trazer 3 livros de física 3º grau, ele perguntou se eu não tinha nenhum autor em mente, falei: "rapaz, toda vida que vou atrás de Sears, Kepler, Tipler sempre estão alugados, então trás qualquer um e talvez algum me sirva." Quando ele me aparece com o livro do Sears, 12ª edição, que eu havia reservado desde segunda. E mais ! Quando verifico qual foi a última vez que o locaram, vejo que foi no ano passado.


Amanhã tem o projeto dançar faz bem, na UFC. Vou ver se participo do aulão de férias, se me agradar, me inscrevo. (Tango, zouk, samba, e outras mutreta lá)

Não por acaso

É o nome do filme que acabei de assistir, simplesmente fantástico (no meu gosto por filmes monótonos, cinzas, tudo foi na minha medida certa), mas estou falando dele exclusivamente devido ao título (se todo filme bom que assistisse eu comentasse  no blog, ele iria ter outro foco). Filme nacional, e confesso que adquiri um gosto por quase todos eles, àqueles que fazem parte do meu gênero favorito. De quebra tem Rodrigo Santório e Leonardo Medeiros como protagonistas num filme de drama, nem precisaria de mais motivos para pagar pra ver. Eu iria falar bem mais sobre ele, mas a análise de Anay Cury traduz bastante do que percebi/senti.

PS: A trilha sonora é 10.

"consegue ser melancólico, sem ser dramático; romântico, sem ser meloso e até mesmo um pouco clichê, sem ser forçado. São quase duas horas de duração, mas não se sente o tempo passar. Não se trata de uma grande produção. Os cenários da trama são poucos e quase sempre os mesmos. No entanto, se tem sempre a sensação, não somente pelas indicações óbvias, de que estamos em São Paulo. Assim como na cidade, a cor cinza parece imperar, não somente nos ambientes, mas na essência dos personagens. Uma pequena paleta de cores parece dar indicações de que será usada no final do filme. Ao abandonarem o planejamento de cada passo em suas vidas, Pedro e Ênio tendem a sair da letargia de seus personagens rumo a redenção às imprevisibilidades da vida."  Anay Cury


OBS: SE FOR ASSISTIR O FILME, N ASSISTA O TRAILER



músic.






segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um ano que vai passar como um vento forte.
Não vai deixar lembranças.
Não vai deixar sabores nem odores.
Talvez eu mude, talvez não.
Mas serei intrísico à meu objetivo.
Quero tudo sobre controle, nas minhas mãos.
Não vou atrás de emoções nem de platonismos.
Só vou sentar, e manter um foco macro.
Talvez, raramente, levantar os olhos e observar o movimento, mas só.
E quem sabe eu só não espero um acaso, como você falou.
Quem sabe isso mude tudo.
Mas não quero.
Vou deixar o ritmo passar.
E compor minha própria música para dançar.

Ainda acho que arrependimento mata.
Espero que eu saiba ignorar isto também.
E simplesmente esquecer.

Ah, sinto falta dos teus cachos.
Mesmo.



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Bancos a postos, cigarros acesos.
Boteco de esquina, luzes apagadas
No fundo o jazz e o blues, embalando corpos
Numa noite amarga com sons estridentes...

Castanho é a cor da solidão      
E dos olhos de quem canta

Rodapés antigos, paredes manchadas
Velas compõe sombras ao vento
Cheiro de doses, lábios nos copos
Vaga-lumes rodeiam minha mente

Folhas dançam no frio, acariciam o chão
Fumaça do incenso,  viola os jovens
O velho vinil, começo a rodar
E o encanto sai da ilusão

Castanho é a cor da solidão     
E dos olhos de quem canta

Sons e euforia, fluem no olhar.
E os acordes desenham sorrisos
Cores se espalham no ar, se tornam carvão
E pintam meus olhos borrados...
E pintam meus olhos borrados...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

É bom quando nossa consciência sofre grandes ferimentos, pois isso a torna mais sensível a cada estímulo.

Penso que devemos ler apenas livros que nos ferem, que nos afligem. Se o livro que estamos lendo não nos desperta como um soco no crânio, por que perder tempo lendo-o? Para que ele nos torne felizes, como você diz? Oh Deus, nós seríamos felizes do mesmo modo se esses livros não existissem. Livros que nos fazem felizes poderíamos escrever nós mesmos num piscar de olhos.
Precisamos de livros que nos atinjam como a mais dolorosa desventura, que nos assolem profundamente – como a morte de alguém que amávamos mais do que a nós mesmos –, que nos façam sentir que fomos banidos para o ermo, para longe de qualquer presença humana – como um suicídio.

Um livro deve ser um machado para o mar congelado que há dentro de nós.

Franz Kafka

Talvez por guardar meu pássaro azul só pra mim... talvez

A morte está fumando meus charutos

"sabe como é: estou aqui mais uma vez
bêbado
ouvindo Tchaikovsky
no rádio.
Jesus, eu o ouvi há 47 anos
atrás
quando eu era um escritor que passava fome
e aqui está ele
novamente
e agora faço um pouco de sucesso como
escritor
e a morte está andando
para cima e para baixo
neste quarto
fumando meus charutos
tomando tragos do meu
vinho
enquanto Tchaik toca ininterruptamente
a Pathétique,
tem sido uma jornada e tanto
e qualquer sorte que tive foi
porque rolei o dado
direito:
passei fome pela minha arte, passei fome para
ganhar malditos 5 minutos, 5 horas,
5 dias---
eu só queria
escrever;
fama, dinheiro, não importava:
eu queria escrever
e eles me queriam em uma puncionadeira,
na linha de montagem de uma fábrica
queriam que eu trabalhasse no estoque em uma
loja de departamentos.

bem, diz a morte, enquanto caminha,
eu vou te pegar de qualquer maneira
não importa o que você tenha sido:
escritor, motorista de táxi, cafetão,açougueiro,
pára-quedista, eu vou te
pegar...

tudo bem querida, digo a ela.

nós bebemos juntos agora
enquanto uma da manhã transforma-se em
duas da manhã e
somente ela sabe o
momento, mas eu a
trapaceei: consegui meus
malditos 5 minutos
e muito
mais."

O velho safado de novo.

Confissão

" aguardando a morte
como um gato
que saltará sobre a
cama

sinto tanto pela
minha mulher

ela verá este
corpo
branco
e rígido

chacoalhará uma vez, e
talvez
mais uma vez:

-Hank!

Hank não vai
responder.

não é minha morte que
me preocupa, é minha esposa
deixada com este
monte de
nada.

quero que
ela saiba
entretanto
que todas as noites
dormindo
ao seu lado

mesmo as discussões
inúteis
foram coisas
realmente esplêndidas

e as palavras
difíceis
que sempre tive medo de
dizer
agora podem ser
ditas:

eu te
amo. "

Charles Bukowski

domingo, 23 de janeiro de 2011




"Há uma teoria que diz que se um dia alguém
descobrir exatamente qual é o propósito do
Universo e por que ele está aqui, ele
desaparecerá instantaneamente e será
substituído por algo ainda mais
bizarro e inexplicável.

Há uma outra teoria que diz que isso já aconteceu."
Tu vives em tudo para mim
Tudo faz renascer memórias
Sejam elas cientimente existentes
Ou simplesmente fruto de uma idealização barata
Sou um puta de um masoquista sentimental.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011





Era quase dia 05 e esse sereno abafado e frio chega, a calmaria é plena, as plantas, o ar, as ruas, a luz, fazem uma pausa, e nesse embalo, entro no ritmo. Por alguns momentos busco motivos mais surreais possíveis para isto, mas o racional me deixa na mão, e me trás de volta a este mundo sem graça... Por instantes, pois há algo não fantasioso? São teorias infundadas, nada, nada existe que possamos comprovar o motivo a fundo, sempre há algo a mais, e quem nos garante que este algo à mais não pode significar tudo ? 

E só isso já me é o suficiente para quebrar toda essa barreira ridícula do pensar. E nos permite contemplar.  Observar para algo e simplesmente ver, não busque nada, não seja metódico , só receba aquilo que lhe transmite, não busque uma crítica construtiva. Acredite, ela será destrutiva.
A calmaria é quebrada por um vento gélido, mas aconchegante, por ser familiar.  E as memórias começam a surgir, como quando viajei para o Icaraí e ficamos  eu e meus amigos na praia até o amanhecer, ou em canoa quebrada com meus primos, ou nas cachoeiras de Guaramiranga com pessoas que eu nem conhecia, no condomínio da Joh, quando sentávamos em um batente que, no começo de nosso namoro, batia um vento bem gelado mesmo.

Tenho que ir pra academia, depois faço o resto.

Depois começa a neblina, no momento o que eu senti como o céu chorasse, mas não em um mal sentido, mas como se começasse a descarregar, naquele momento, toda a sua tensão, e quando atingido por aquelas lágrimas, elas, ao escorrer pelas minhas mãos, levasse consigo também todos os meus problemas e preocupações. Até que eu gerasse outro (porra, por que somos tão neuróticos? Somos viciados em problemas!). Eu sei, e você também sabe, que não são todas as pessoas que desenvolvem essa sensibilidade, digo, sei que vou conquistar muitas coisas na minha vida, eu sei que posso achar também felicidade em coisas simples, e eu agradeço isto, mas, será que vou ficar estagnado neste estado ? Essa visão será a mesma? Gostava quando eu era mais novo, e todos os dias, todos os momentos eu poderia ser uma pessoa diferente. Tédio. Que descontentamento... e eu sei que sim, provavelmente vai continuar assim.

Quando trovões fortes ressoam como se questionasse esse pensamento, e gotas batem forte sobre minha pele, transmitindo uma mensagem simples e clara: “Seu ridículo !!!”


E eu sorrio.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Robot Boys


Robot Boys é o nome da dupla Nick e Jeppe, dois atores e dançarinos dinamarqueses que desenvolvem um trabalho lindo mesmo, e bem divertido.

Eles foram descobertos em 2008, em um concurso de novos talentos, e venceram, merecidamente.